A Polícia do Rio de Janeiro tem usado uma ferramenta israelense para a investigação do caso Henry Borel. Saiba mais detalhes sobre esse software e como ele funciona.
O que é e como funciona?
O Cellebrite Premium é um programa de computador que investiga celulares e desbloqueia os aparelhos. Ele é um dos mais conhecidos.
A empresa Cellebrite de Israel disponibiliza o serviço apenas para autoridades policiais para terem acesso a smartphones Androids e iOS. A companhia oferece também suporte de especialistas com conhecimentos em inteligência artificial.
A lista de celulares compatíveis é sempre atualizada e a versão do sistema pode influenciar, portanto, não é uma ferramenta 100% garantida, mas ajuda muito o trabalho de investigações.
Além disso, os investigadores buscam também dados do aparelho através de brechas de segurança, conseguem resgatar até coisas que já foram apagadas. O procedimento é mantido em sigilo e até a própria fabricante do aparelho não consegue impedir o acesso dos policiais.
Segundo a jornalista Altieres Rohr, do blog sobre segurança digital do G1, sistemas digitais (celulares ou computadores) não apagam nenhuma informação e sim removem a referência e espaço. “De certo modo, é como tentar apagar uma parte de um livro retirando apenas o nome do capítulo no sumário. O texto permanece lá, mas não existe mais a referência para encontrá-lo”, explica.
Por outro lado, essas informações não ficarão guardadas para sempre, aos poucos elas são excluídas permanentemente devido a novos arquivos gravados nos espaços disponíveis.
Onde já foi utilizado?
Atualmente a Polícia do Rio de Janeiro está usando o Cellebrite Premium no caso do menino Henry, em que a mãe Monique e Jairinho (namorado dela) são investigados.
No Brasil, a Polícia Federal já utilizou os serviços da companhia Cellebrite para a Operação Lava Jato. Os agentes possuem o UFED (Dispositivo de Extração Forense Universal em português), que é uma mala com diversos equipamentos para desbloquear aparelhos celulares.
Outro momento utilizado foi na investigação de tráfico internacional de drogas na Operação Enterprise, também no caso Marielle Franco.